Escreva o nome de um músico angolano e talvez encontre uma música nos resultados.

Música angolana em Portugal nos anos 60

aberto_web

Username: oblogaberto Password: blogaberto

Comece Aqui

Olá! A ideia, neste blog, é que seja você, visitante, a fazer os posts. Para tal, é fornecido o user name: oblogaberto e a password: blogaberto Clique onde diz Comece Aqui e ponha o username e a password para começar a postar. Use-me... mas não me abuse...

Sábado, 4 de Julho de 2009

Música angolana em Portugal nos anos 60

Foi um acontecimento histórico a actuação do conjunto angolano Ngola Ritmos (com Lourdes van Dunem na qualidade de vocalista) no único canal de televisão que havia em Portugal no já longínquo ano de 1964. Foi de tal modo histórico, que há em Portugal pessoas que ainda se recordam dessa actuação e do agrado que ela então lhes provocou.

Diversos cantores e grupos musicais angolanos vieram nesse tempo fixar-se em Portugal, com o fim de dar continuação às suas carreiras iniciadas em Angola. Ainda que fosse muito limitado, o meio musical português era, apesar de tudo, mais amplo do que o da Angola colonial de então. Assim, em busca de um maior êxito para as suas vidas, demandaram a capital portuguesa artistas como Sara Chaves, Eleutério Sanches, Trio Ouro Negro (que logo a seguir passou a duo) e outros mais. Quase todos estes artistas trouxeram consigo uma música de raiz angolana, sem dúvida, mas que eles mais ou menos adaptaram aos gostos e convenções então prevalecentes em Portugal e na Europa em geral, a fim de a tornarem aceite pelo seu novo público.

Talvez porque não tencionassem fazer carreira na metrópole colonial, os Ngola Ritmos fizeram precisamente o contrário. Na sua memorável viagem a Portugal, eles procuraram dar a conhecer ao público português a mais genuína música popular angolana, que eles faziam tão próxima quanto possível das suas raízes. Ao mesmo tempo, interpretaram canções portuguesas em jeito de semba, com resultados surprendentemente bons. A canção popular portuguesa "Margarida vai à fonte" foi uma delas.

Portanto, enquanto artistas angolanos radicados em Portugal aportuguesaram e europeizaram a música angolana, os Ngola Ritmos angolanizaram a música portuguesa... Excepção a esta regra foi a cantora Lilly Tchiumba, que sempre interpretou música angolana no pleno respeito pelas raízes desta. Depois que os Ngola Ritmos e Lourdes van Dunem regressaram a Angola, Lilly Tchiumba ficou sendo a voz mais genuína de Angola que se podia ouvir em Portugal. Cantou múltiplas vezes perante as câmaras da RTP, sempre com inteiro agrado do público. Alguns anos mais tarde, outras vozes se juntaram à sua, nomeadamente as de Rui Mingas e Bonga.




Lourdes van Dunem e o conjunto Ngola Ritmos em "Manazinha", uma peça do Carnaval de Luanda




Lourdes van Dunem e o conjunto Ngola Ritmos em "Mon'ami"


Depois do que escrevi sobre Lilly Tchiumba, seria de esperar que aqui aparecesse um video que a mostrasse cantando música angolana. Para minha grande estranheza, porém, não encontrei um tal video! Como escrevi acima, a Lilly cantou múltiplas vezes na televisão portuguesa. Com toda a certeza que haverá nos arquivos da RTP pelo menos uma gravação (uma só que seja!) em que ela interprete música angolana. Será possível que nenhuma delas tenha sido posta na Internet?! Na única gravação que encontrei dela, a Lilly Tchiumba canta uma musiquinha sem qualquer ponta de interesse, e que de angolana não tem absolutamente nada, num festival RTP da canção... Oh, sorte malvada!

Hesitei muito, mas acabei por decidir colocar aqui a referida gravação, apenas para mostrar como eram a cara e a voz da saudosa Lilly Tchiumba. Peço-lhes, por favor, que não se deixem influenciar pela gravação. Apesar do que nela se ouve, a verdade é que Lilly Tchiumba foi mesmo a voz angolana mais autêntica que cantou em Portugal na década de 60, à excepção de Lourdes van Dunem, é claro.



(Colocado por Denudado)

 


Posted by Toke

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts with Thumbnails

O Blogue do Ano

O Blogue do Ano
JC Carranca tenta listar todos os blogues que falam e Angola. Todos?!? Eheheh...

Pensar e Falar Angola

Livros Angola Livros Angola Angola Livros Angola Livros

Rádio AnimAdão

Rádio AnimAdão - As noites de Luanda têm música e um gosto muito especial. Desde que dêm para um pé de dança, as damas fazem a "ventoinha" e os cavalheiros acompanham. Vamos dançar? Este Podcast, onde se ouvem músicas angolananas e não angolanas que tocam nas pistas das discotecas de Luanda, é dedicado a duas das mais famosas discotecas-boîtes de Luanda: o Animatógrafo e a boîte Adão. Sempre a bater, estas duas discotecas atravessaram épocas, algumas bem difíceis, levantando sonhos, ilusões e o astral de muito folião noctívago.



Kuduro de Angola
Batidas do Puro Gueto!



Zumbi Albino - Techno Trance from Angola

Tessalonissenses é um projecto musical nascido em Luanda-Angola, criado por Michel (Weather dos Ácidos) que é o cêrebro atrás da instrumentalização. Junto com Vanuza (Overkill Punk dos Ácidos) que era a vocalista principal, iniciaram o que era assim o "overstate reason" musicalmente, fundindo poemas metafísicos com electro-psicadélico. As primeiras experiências como “A estrada de Enoque”, “As faltas no cemitério” e “A Embaixada Apache U.R.S.S.”, alcançavam um certo extremo radical sonoro, onde tempos diferentes se fundiam para criar um só contratempo. Vanuza deixou os Tessa para cumprir uma jornada activamente mais religiosa, mas até à sua viagem colaborou com os Tessa também na edição do seu segundo projecto “A Cirurgia Vegetariana”, o qual era uma mixagem de rock tribal com techno. “No Caminho da Mutação” outro álbum tessalónico inédito muito mais agressivo, uma mixagen de gótico com techno. Bateria alta e poderosa, por cima dos sintetizadores TSH tocando sequências em longas catedrais, e as vezes até, complementando um baixo jazzístico. O novo projecto nasceu de músicas como “Pássaros Acabam na Panela”, “Technophorum”, e “No Caminho da Mutação” que deram uma influência mais dançante ao novo projecto.

EPM
Electronic Psychedelic Music
"O universo é o oceano das nosas mentes"

"The universe is the ocean of our minds"
A Embaixada Apache U.R.S.S.

"De penas coloridas e missangas penduradas na Embaixada Apache O nosso velho que cavalga nas montanhas dos himaláias com as suas peles enroladas ao pescoço. "U.R.S.S." diz o seu crachá, que foi presente ganho do seu avô general lá no exército da outrora, o nosso índio sempre se orgulhará. A Embaixada Apache U.R.S.S. Sua tribo ao pé do rio quando desagua no mar ao vento vai refrescar-se sempre de manhã. Esporas colombianas e seu cinturão de couro, cabedal desfiado, suas pantalonas. Seu soviético idioma nunca esquecerá na Índia, E pergunta-me, porquê que os heróis só são lembrados no dia da sua morte e não no dia do seu nascimento?! O indiano da Embaixada Apache U.R.S.S."
Poem by Vanuza (blue rose overkill punk)



Muximangola Arquivo

Hora angolana